terça-feira, maio 18, 2010

Ele é só um cara

É só um cara. E quer mesmo saber ? É um cara como todos os outros caras. Esse que te perguntou as horas no meio da rua – podia ter sido ele e você nem ligou. O mendigo, o ginecologista, o padre, o dealer. Ele estava ali o tempo todo, e não estava. ele é só um deles. Vários, uma legião, e ninguém mais. É só um cara e não a sua vida. E não todos os dias da sua história, e não todas as suas lágrimas juntas em um único sábado solitário. Ele não é o destino. é um cara. Existem muitos destinos. Ele é só um cara que mal sabe escolher os próprios perfumes. Não sabe sangrar, não sabe que nome daria a um filho, não pode ficar mais tempo. Ele é só um cara perdido como muitos outros caras que você encontrou, e perdeu. Ele é só um cara. E você já esqueceu outros caras antes. Afinal, ele é só mais um cara.


Giu.

segunda-feira, maio 03, 2010

Só pele

É por isso que eu prefiro não me apaixonar. Todas as pessoas tem o que se considera "ideal" em um parceiro. O meu ideal não se encontra nessa época. Hoje o apaixonar-se requer muito jogo e muita regra. O meu apaixonar-se é devastador, desatinado, simples, gritante. A paixão de hoje é com os limitadores de não parecer-se mandado, de não ser menos que o outro, de não querer mais, não dizer mais e não declarar-se mais. Não se mata e morre por isso. Eu quero uma paixão que me faça sofrer, sorrir, desesperar, amar... eu quero uma paixão que me faça morrer cada vez que a pessoa vai embora e me faça reviver com um sorriso. Eu quero uma paixão que me domine, que me destrua e me construa novamente. Chega de rótulos de gritos de independência, chega de mistérios inventados... me deixem ser só pele.

Giu.