Girou o rosto para me olhar, os olhos em duvida. Eu o fitei também. Não fazia idéia de minha expressão. Ele se balançou nos calcanhares, depois se lançou para a frente, diminuindo a distancia entre nos em três longas passadas.
Eu sabia que ele tiraria proveito da situação. Eu esperava por isso. Fiquei completamente imóvel – os olhos fechados, os dedos enrolados nos punhos do lado do corpo – enquanto as mãos dele pegavam meu rosto e seus lábios encontravam os meus com uma ansiedade que não distava muito da violência.
Pude sentir sua raiva enquanto a boca descobria minha resistência passiva. Uma das mãos passou para a minha nuca, girando em um punho em torno das raízes de meu cabelo. A outra mão agarrou rudemente meu ombro, sacudindo-me, depois me arrastando para ele. Sua mão continuava em meu braço, encontrando meu pulso e puxando o braço para cima, colocando-o em seu pescoço. Deixei-a ali, a mão ainda numa bola estreita, sem saber ate que ponto eu podia ir em meu desespero para mantê-lo vivo. Em todo esse tempo, seus lábios, desconcertantemente macios e quentes, tentaram forçar uma resposta dos meus.
Assim que teve certeza de que eu não largaria o braço, ele libertou meu pulso, a mão sentindo o caminho para minha cintura. Sua mão ardente encontrou a pele da base de minhas costas e ele me puxou para frente, curvando o meu corpo contra o dele.
Seus lábios desistiram dos meus por um momento, mas eu sabia que ele não estava perto de terminar. A boca seguiu a linha do meu queixo, depois explorou meu pescoço. Ele soltou meu cabelo, estendendo o outro braço para colocá-lo em seu pescoço, como o primeiro.
Depois os dois braços dele estavam fechados em minha cintura e seus lábios encontraram minha orelha.
Com um ofegar intenso, ele voltou a colocar a boca na minha, os dedos se agarrando freneticamente à pele de minha cintura.
O choque da raiva desequilibrou o meu tênue autocontrole; a reação inesperada de êxtase da parte dele venceu. Meu cérebro desconectou-se de meu corpo e eu estava retribuindo o seu beijo. Contra toda a razão, meus lábios se moviam com os dele de formas estranhas e perturbadoras, como nunca se moveram antes – porque eu não precisava ter cuidado com ele e ele certamente não estava tendo cuidado comigo.
Ele estava e toda parte. O sol penetrante tornou minhas pálpebras vermelhas, e a cor combinava com o calor. O calor estava em toda parte, eu não consegui ver nem sentir nada que não fosse ele.
Porque eu não estava impedindo aquilo? Pior ainda, porque eu não conseguia encontrar em mim o desejo de parar? Significava que eu não queria que ele parasse? Que minhas mãos agarraram aos ombros dele e gostavam que fossem largos e fortes? Que as mãos dele me puxassem apertado demais em seu corpo , e no entanto não fosse apertado o bastante para mim?
Eu estava mentindo para mim mesma.
Ele era mais do que apenas meu amigo. Por isso era tão impossível me despedir dele – porque eu estava apaixonada por ele. Também. Eu o amava muito mais do que devia, e no entanto ainda não era o bastante. Eu estava apaixonada por ele, mas não era o suficiente para mudar nada; era só o bastante para magoar a nos dois.
Os lábios dele ainda estavam nos meus. Abri os olhos e ele me fitava, admirado e exaltado.
Giu.
AAAi, quero saber o final da história pelamor de Deus!!!!!
ResponderExcluircada vez que eu leio esses textos aqui, eu fico meio apaixonado pela vida haha
ResponderExcluirrick ;D
Que exagero Rick hahaha
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